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Mensagens

A mostrar mensagens de dezembro, 2024

RESPOSTA PÚBLICA AO ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL DE ANGOLA

 Jornalismo responsável começa com o respeito: por uma cobertura que promova dignidade, igualdade e informação precisa sobre pessoas intersexo em Angola. O artigo publicado pelo Jornal de Angola em 7 de dezembro de 2024 levanta questões importantes sobre a intersexualidade em Angola, mas apresenta deficiências significativas na forma como aborda o tema, especialmente no que se refere à linguagem utilizada, à proteção da privacidade dos indivíduos e à perspectiva sobre os direitos humanos das pessoas intersexo. Como organização comprometida com os direitos das pessoas intersexo em Angola, apresentamos esta resposta pública acompanhada de recomendações para boas práticas jornalísticas. Análise Crítica do Artigo Uso inadequado de terminologia: A utilização do termo “hermafrodita” é ofensiva e ultrapassada, não refletindo o respeito devido às pessoas intersexo. Esse termo foi substituído internacionalmente por “pessoa intersexo” ou “intersexualidade”. Exposição de detalhes pessoais: A...

O CASO DO BEBÊ INTERSEXO EM ANGOLA: REFLEXÕES SOBRE DIREITOS HUMANOS E CUIDADOS DE SAÚDE

 🚨 Bebé intersexo em Angola: decisão médica de cirurgia precoce levanta questões de direitos humanos e práticas inclusivas. Vamos falar sobre isso? Introdução-  No dia 28 de setembro de 2021, uma reportagem da Rádio Nacional de Angola destacou o caso de um bebê nascido com características intersexo no Hospital Municipal da Quilenda, na província do Cuanza Sul. O caso foi descrito como uma "má formação congénita" pela equipa médica, que sugeriu uma cirurgia para alinhar o sexo da criança ao feminino. Este caso traz à tona questões importantes sobre direitos humanos, práticas médicas e percepções culturais relativamente às pessoas intersexo. A Narração do Caso- De acordo com a reportagem, a criança nasceu com testículos, mas sem um pênis totalmente formado, apresentando um canal vaginal abaixo dos testículos. O diretor clínico do hospital, Rui Nelson, descreveu o caso como um exemplo de "masculinidade feminina" e indicou que a cirurgia para atribuir o sexo femini...

INTERSEXUALIDADE EM ANGOLA: QUEBRANDO TABUS E PROMOVENDO DIREITOS HUMANOS

  A luta por atendimento digno: o que falta em Angola para apoiar pessoas intersexo? Introdução A reportagem do programa Fala Angola abordou um caso sensível envolvendo uma pessoa intersexo que busca auxílio médico e psicológico em Angola. Embora a iniciativa de dar visibilidade ao tema seja importante, lamentamos profundamente a forma inadequada e sensacionalista como o caso foi tratado. Esta análise visa identificar os erros na abordagem, as suas implicações para as pessoas intersexo e propor recomendações que estejam alinhadas com os princípios de dignidade, respeito e direitos humanos. Uso de Terminologia Errada e Preconceituosa OBS-o uso do termo Hermafrodita, como observam nesta publicação da TV ZIMBO , demonstra falta de atualização e sensibilidade relativamente às terminologias corretas.  O uso reiterado do termo "hermafrodita" é cientificamente incorreto, desatualizado e estigmatizante. Este termo foi abandonado por profissionais de saúde e ativistas em prol do ter...

A NECESSIDADE DE RESPEITO E INFORMAÇÃO ADEQUADA

  A notícia publicada pelo Jornal de Angola destaca questões fundamentais sobre a intersexualidade, trazendo à luz as experiências de Constância, agora Constantino, e a luta por dignidade, reconhecimento e acesso a cuidados médicos adequados em Angola. Antes de mais, é importante aplaudir o trabalho do Hospital Regional do Lobito e da médica Florinda Miranda, que demonstram um compromisso em tratar a questão com sensibilidade e profissionalismo, sublinhando que a intersexualidade não é uma "anomalia" , mas uma variação natural nas características sexuais humanas . Este tipo de abordagem respeitosa é crucial para combater o estigma e a desinformação . A história de Constantino evidencia desafios enfrentados pelas pessoas intersexo , incluindo a falta de compreensão social , o preconceito e a ausência de mecanismos institucionais para atender às suas necessidades específica s. O reconhecimento jurídico da identidade de género, que envolve algo tão básico como a mudança de nome...