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DIA INTERNACIONAL DA VISIBILIDADE INTERSEXO - 26 DE OUTUBRO

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No dia 26 de outubro, celebramos o Dia Internacional da Visibilidade Intersexo. Esta data foi escolhida em homenagem a uma manifestação ocorrida em 1996, em Boston, nos Estados Unidos, durante uma Conferência da Academia Americana de Pediatria. O objetivo desse dia é aumentar a conscientização sobre as questões de direitos humanos enfrentadas por pessoas intersexo. Direitos Humanos e a Comunidade Intersexo Direitos humanos são os direitos básicos de todos os seres humanos, incluindo direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais. Eles garantem: Direitos Civis e Políticos : Direito à vida, liberdade de expressão, de pensamento, igualdade perante a lei, entre outros. Direitos Econômicos, Sociais e Culturais : Direito ao trabalho, à educação, à saúde, à moradia, entre outros. Direitos Difusos e Coletivos : Direito à paz, a um meio ambiente saudável, à autodeterminação dos povos, entre outros. A Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU afirma que "todos os seres hu

O TERMO "INTERSEXO"

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    Identificação e Terminologia Autodescrição : Algumas pessoas com características intersexo se identificam como intersexo, enquanto outras não. A identificação pessoal pode variar amplamente. Pesquisas :    - Um estudo australiano de 2016 descobriu que 60% dos entrevistados usaram "intersexo" para descrever suas características sexuais. Além disso, 75% dos participantes se descreveram como "sexo masculino" ou "sexo feminino".   - Uma pesquisa de 2017 nos EUA revelou que 80% dos entrevistados do grupo de apoio de AIS-DSD tinham uma opinião positiva ou neutra sobre o termo "intersexo".   - Um estudo da American Urological Association mostrou que 53% dos participantes não gostavam do termo.   - Em 2020, um outro estudo indicou que 43% dos participantes consideravam o termo "intersexo" ruim, enquanto 20% eram neutros. Linguagem e Impacto Uso de Termos :    - Organizações intersexo frequentemente usam termos como "pessoas intersexo&q

MODIFICAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS SEXUAIS

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  A modificação das características sexuais em pessoas intersexo é um tema complexo que envolve diferentes abordagens médicas e éticas. A intersexualidade refere-se a variações nas características sexuais que não se encaixam típica ou exclusivamente nas categorias masculina ou feminina. A forma como essas variações são tratadas médica e socialmente tem evoluído ao longo do tempo. Existem dois principais modelos de tratamento para pessoas intersexo:   1. Modelo centrado no sigilo e cirurgia precoce :    - Neste modelo, é realizada cirurgia genital e administração de medicamentos nos primeiros 24 meses de vida, muitas vezes sem informar a pessoa intersexo sobre sua condição.    - O objetivo é normalizar as características sexuais de acordo com padrões tradicionais de masculinidade ou feminilidade.    - A decisão é frequentemente tomada pelos médicos e pais, com base na ideia de que é melhor para o bem-estar psicológico e social da criança se parecer com um dos sexos binários.

LINGUAGEM

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  A imagem tirada na Conferência ILGA 2018 para marcar o Dia da Visibilidade Intersexo destaca a importância de reconhecer e respeitar a diversidade biológica das pessoas intersexo. No final do século XX, estudos médicos começaram a reconhecer que corpos intersexo são variações naturais e relativamente menos comuns da biologia humana. O pesquisador Milton Diamond enfatiza que é crucial usar uma linguagem cuidadosa ao se referir a pessoas intersexo.   Ele recomenda evitar termos como "anormal", "defeituoso", ou "erros da natureza" ao descrever essas condições. Em vez disso, é mais apropriado utilizar termos neutros e precisos como "típico", "usual" ou "mais frequente". Essas palavras ajudam a normalizar a diversidade biológica, destacando que as variações intersexo são compreensíveis do ponto de vista biológico, mesmo que sejam estatisticamente menos comuns.   Essa abordagem não apenas promove um ambiente mais inclusiv

HETEROGENEIDADE

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  Heterogeneidade refere-se à diversidade significativa entre indivíduos, especialmente no que diz respeito a características genéticas e físicas. No contexto do intersexo, essa heterogeneidade se manifesta de várias formas:   1. Cariótipo : Refere-se aos cromossomos sexuais de uma pessoa. Enquanto a maioria das pessoas tem um cariótipo típico de XX (feminino) ou XY (masculino), pessoas intersexo podem ter combinações como XX, XY (com ou sem o gene SRY que determina o desenvolvimento masculino), XXY, XXXY, XXYY, ou outras variações.   2. Gônadas : São os órgãos responsáveis pela produção de células reprodutivas e hormônios sexuais. Pessoas intersexo podem ter ovários, testículos, ou mesmo ovotestis, que são gônadas que possuem características tanto de ovário quanto de testículo.   3. Morfologia genital externa : Refere-se à aparência dos órgãos genitais externos, como vagina, clítoris, pênis, testículos, entre outros. Em pessoas intersexo, essa morfologia pode não se alinhar

IDENTIDADE SEXUAL

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Gênero é uma construção social sobre os papéis e comportamentos atribuidos a cada sexo e aprendidos por meio da socialização A análise sobre os comportamentos atribuídos a cada sexo e aprendidos por meio da socialização, relacionados à identidade de gênero, pode ser abordada de maneira clara e objetiva:   1.Comportamentos Atribuídos a Cada Sexo: Desde cedo, na maioria das culturas, são estabelecidos padrões de comportamento específicos para meninos e meninas. Meninos são frequentemente encorajados a serem mais assertivos, competitivos e a reprimir emoções consideradas "fracas". Por outro lado, meninas são frequentemente incentivadas a serem mais receptivas, empáticas e cuidadoras. Esses comportamentos são moldados por normas sociais e expectativas culturais associadas ao que é considerado adequado para cada gênero.   2. Aprendizagem por Meio da Socialização : A socialização desempenha um papel fundamental na internalização desses comportamentos. Desde a infância, as

EUGENIA

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  Eugenia é um termo que se refere à prática de seleção e manipulação genética com o objetivo de melhorar a qualidade genética da população humana, muitas vezes para eliminar características consideradas indesejáveis. No contexto das variações intersexo, isso se torna relevante devido à maneira como essas variações são tratadas na medicina e na sociedade.   Tradicionalmente, as variações intersexo foram enquadradas como "distúrbios do desenvolvimento sexual" (DSDs), o que implica que essas variações são vistas como anômalas ou indesejáveis. Essa visão pode levar à justificação de intervenções médicas, como cirurgias genitais, para tornar os corpos dos indivíduos mais conformes às expectativas binárias de sexo.   Com avanços na genética, surgem tecnologias como a fertilização in vitro (FIV) e a triagem genética, que podem identificar e, potencialmente, eliminar variações intersexo antes mesmo do nascimento. Isso levanta questões éticas significativas, pois a eliminação